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As Dádivas do Hoje

Penso que não existe ser humano que não tenha sonhos. Somente não sonha quem já deixou de viver. Acordamos movidos por uma “vozinha” interior que nos diz que podemos tornar melhor o que já conquistamos, que podemos dar um passo a mais, que podemos ir além. Muitos já temos trabalho, mas desejamos uma promoção.

Moramos numa casa que supre as nossas necessidades essenciais, mas desejamos ampliá-la um pouco mais. Observamos os padrões determinados pela mídia e, não poucas vezes, empreendemos esforços, para a além do necessário, para amoldarmos os nossos corpos a tais padrões. Poderíamos continuar descrevendo os sonhos e desejos que temos. E não há nada de errado em desejar progredir. É legítimo sonhar e trabalhar por uma vida melhor e mais bem-sucedida.

A grande questão é que na correria e esforços por uma vida melhor, não raro, acabamos por perder as dádivas do momento. A preocupação como o amanhã pode roubar-nos as bênçãos do presente. Deixamos de apreciar um almoço em família, uma conversa com amigos, um passeio relaxante, uma viagem, o trabalho que temos, as roupas que vestimos, a casa que moramos porque estamos sempre correndo atrás de algo maior, mais significativo e importante. Perdemos as pequenas alegrias e presentes que Deus nos dá, cotidianamente, porque estamos extremamente ocupados com as grandes conquistas. Alguém disse: “a vida verdadeiramente humana, não está baseada em alguns poucos grandes momentos, mas em muitos pequenos momentos.” Com essa afirmação, somos desafiados a procurar alegria, contentamento e realização em “pequenas” conquistas e acontecimentos durante toda a vida e não em algum grande feito lá no final. Pense: aquele tão desejado jantar não tem o potencial de aplacar sua fome para sempre; a roupa, seja de que marca for, vai perder a cor e beleza; o tão sonhado carro novo vai ficar velho; o mais apreciado trabalho pode se tornar tedioso se for realizado apenas com para alcançar sucesso e status. Não é verdade que não estamos acostumados a lidar com esse fato? Insistimos em que se alcançarmos algo diferente, seremos mais felizes e realizados.

Entretanto, ao observar os conselhos do Eclesiastes, suas frustrações e decepções com a vida, tenho sido desafiada a olhar a minha própria história sob uma outra perspectiva: àquela em que busco sabedoria e discernimento em Deus para desenvolver um coração grato e alegre e olhos abertos para as dádivas do hoje. Talvez não sejam experiências tão espetaculares como eu gostaria que fossem, mas são o suprimento necessário para minha jornada diária. Tenho pedido ao Senhor para aprender a comer o meu pão com alegria, ao invés de desejar as iguarias que não posso ter. É de fato um desafio aprender a desfrutar e agradecer pelo que já alcançamos, além do que isso nos prepara para o que está diante.

Você se lembra? Um enorme número dos israelitas que saíram do Egito perdeu a oportunidade de desfrutar a terra prometida porque dominado pelo medo, dúvida, desconfiança e insatisfação, não soube usufruir das dádivas e cuidados diários de Deus. Desejando o que ainda não tinham, muitos pereceram no deserto sem perceber o quão precioso era o que tinham nas mãos: água para beber, pão para matar a fome e proteção para o caminho. Que Deus nos livre da ingratidão e abra os nossos olhos para ver sua provisão de hoje. Que a recebamos com um coração agradecido e confiante de que tudo o que for necessário para o nosso amanhã há de vir.

Por Pra. Sônia Ribeiro.

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